No último dia 07 de Outubro,
celebramos os quatrocentos e quarenta e cinco anos da vitória cristã na Batalha
de Lepanto, que salvou a Europa e a Cristandade e pôs termo à expansão do
Império Otomano no Mediterrâneo, assim como o octogésimo quarto aniversário do
Manifesto de Outubro, documento fundamental do Integralismo, cuja mensagem
essencialmente cristã e brasileira rapidamente se espalhou por todo o
território nacional, constituindo a base doutrinária do maior movimento social
renovador de toda a História Pátria.
Hoje, dia 12 de Outubro, nós outros,
legionários de Deus, da Pátria e da Família, celebramos o Dia de Nossa Senhora
da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, do mesmo modo que o Dia da
Hispanidade, o Dia da América, o Dia das Crianças e o octogésimo quinto
aniversário do Monumento ao Cristo Redentor do Corcovado e da solene
consagração do Brasil a Cristo Rei e Redentor.
Há exatos duzentos e noventa e nove
anos, aos doze dias do mês de outubro do ano da graça de 1717, nas águas do rio
Paraíba do Sul, no atual Município de Aparecida, tradicional e popularmente
conhecido como “Aparecida do Norte” e por esse tempo pertencente à Vila de
Santo Antônio de Guaratinguetá, na então Capitania de São Paulo e das Minas do
Ouro, humildes pescadores encontraram uma enegrecida imagem de Nossa Senhora da
Conceição, padroeira de Portugal, heroica e cruzada Nação de que nasceu a nossa
igualmente heroica e cruzada Nação. Hoje, todos os autênticos brasileiros, quer
se considerem ou não católicos, devem evocar, com o máximo respeito, a figura
de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira deste grande Império do
ontem e do amanhã, ao lado do injustamente olvidado São Pedro de Alcântara.
Como ressaltou Plínio Salgado, o
menos conhecido e mais injustiçado dos grandes pensadores e escritores
católicos do Brasil, numa de suas magníficas Mensagens ao Mundo Lusíada, a 6 de
fevereiro de 1818, data de sua coroação, El-Rei D. João VI, soberano do Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves, instituiu a Ordem Militar da Conceição de
Vila Viçosa e confirmou a consagração que El-Rei D. João IV fizera das Pátrias
Lusíadas a Maria Imaculada, em 1646. Conforme igualmente sublinhou o autor de O
Rei dos reis e de Primeiro, Cristo!, D. João VI, primeiro príncipe português a
pisar o solo brasileiro e americano, foi quem elevou o Brasil à categoria de
Reino, aos 16 dias do mês de dezembro do ano da Graça de 1815, data em que a
nossa Terra de Santa Cruz se tornou uma “nação independente, conquanto unida a
Portugal, na grande fórmula dos Reinos componentes da comunidade lusíada”.
Portanto, ainda como frisou Plínio Salgado, a mão que assinou a outorga de
maioridade e de personalidade política a esta Terra de Santa Cruz foi a mesma
nobre e inspirada mão que aos povos lusíadas dos dois lados do Atlântico “legou
um penhor de união indissolúvel no culto de Maria Imaculada”,[1] a quem, nas
palavras do autor de Mensagens ao Mundo Lusíada,
proclamamos Rainha e Padroeira de
Portugal, do Brasil e de todos os povos que falam a mesma língua em que Camões
cantou e em que rezaram os Santos, os Cavaleiros e os Reis construtores da
nossa História e profetas do nosso Destino.[2]
Ainda conforme enfatizou o magno
adail da Fé e cavaleiro do Brasil Profundo que foi e é Plínio Salgado, só com
Maria Imaculada e por Ela, os brasileiros e portugueses lograrão salvar o
patrimônio da Civilização Lusíada “da voragem de misérias que, sob rótulos
pomposos e esperanças ilusórias se escondem na boca dos falsos profetas”.[3]
Foi também a 12 de Outubro que
Cristóvão Colombo chegou a este Continente que tantos filhos e frutos deu à
Cristandade, sendo nesta data celebrado, em todo o Mundo Hispânico, ao qual
pertence o Brasil, assim como Portugal e todo o Mundo Lusíada, o Dia da
Hispanidade, também chamado Dia da Raça, tomado este último termo em seu
sentido espiritual e cultural. É assim, pois, que nós outros, descendentes em
sangue e espírito ou apenas em espírito dos portugueses, daquela “gente
fortissima de Espanha" de que nos fala Luís Vaz de Camões,[4] Príncipe dos
Poetas das Espanhas, defendendo, como António Sardinha, “a unidade cultural e
social do elevado destino que Portugal e Castela nobremente conseguiram no Universo,
dilatando com a Fé e o Império o mesmo ideal superior da civilização”,[5]
celebramos o Dia da Hispanidade, lamentavelmente tão pouco evocado em nossa
América Lusíada. E, como luso-americanos, e, enquanto tais, filhos da América,
não podemos deixar de celebrar o dia deste imenso Continente.
Quanto ao Dia das Crianças, o
despimos do caráter comercial que este adquiriu, assim como do caráter, que
igualmente adquiriu, em nosso País, de substituição ao Dia de Nossa Senhora da
Conceição Aparecida, substituição esta orquestrada pelas forças anticristãs,
antitradicionais e antinacionais controladas pelos adoradores de Mamon e do
Bezerro de Ouro. E, assim, lembrando que tal dia foi instituído com intenções
legítimas pelo Presidente Arthur Bernardes, católico sincero e exemplar
patriota e nacionalista, homenageamos todas as crianças brasileiras,
representantes do porvir da Nação, rogando a Deus que suscite entre elas
futuros soldados de Cristo Rei e da Terra de Santa Cruz.
Por fim, recordemos o octogésimo quinto
aniversário da estátua do Cristo Redentor do Corcovado e da solene consagração
do Brasil a Cristo Rei e Redentor, realizada pelo Cardeal Dom Sebastião Leme da
Silveira Cintra, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, por ocasião da
inauguração daquele monumento, que, como escreveu Tasso da Silveira, no seu
magnífico Cântico ao Cristo do Corcovado, estende os braços sobre o Rio de
Janeiro e todo o Brasil “numa bênção infinita”.[6] E ressaltemos que, ainda
como observou, no aludido poema, o poeta dos Cantos do campo de batalha e do
Canto absoluto, nós outros, os brasileiros, não nos importamos em ser “o
Povo-sem-Nome sobre a terra”, desde que também sejamos o “jardim fechado” de
Nosso Senhor Jesus Cristo, de onde Este “colha as almas luminosas/ como rosas
frescas e matinais...”, e desde que sejamos, ainda, o “esplêndido trigal” do
Divino Mestre, de que Este tire a “farinha alvíssima” para Seu “pão de pureza”
e para Seu “pão de glória”, porque “o destino que sobre todos os destinos
desejamos” é aquele de, “para todo o sempre”, servir e adorar a Cristo Rei e
Redentor.[7]
Isto posto, fechemos esta breve
apresentação transcrevendo a fórmula de consagração de nossa Terra de Santa
Cruz a Cristo Rei e Redentor, composta pela Madre Maria José de Jesus, priora
do Convento de Santa Tereza, a pedido de Dom Leme, e, em seguida, uma breve
invocação de Plínio Salgado a Cristo Rei, que vem a ser a peroração da
conferência intitulada Primeiro, Cristo! e por ele proferida em 28 de outubro
de 1945 no Liceu Camões, em Lisboa, a convite da Acção Católica portuguesa e na
presença de Dom Manuel Gonçalves Cerejeira, Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Senhor Jesus, Redentor nosso,
verdadeiro Deus
E verdadeiro Homem, que Sois para o
mundo
A única fonte de luz, de paz, de
progresso e de felicidade,
E Salvador que nos remistes com o
sacrifício da Vossa vida,
Eis a Vossos pés representado o
Brasil, a Terra de Santa Cruz,
Que se consagra solenemente a Vosso
Coração sacratíssimo
E Vos reconhece, para sempre, por seu
único Rei e Senhor.
Vós, que esculpistes no céu
brasileiro a Vossa cruz,
De onde jamais poderá ser apagada,
Aceitai e abençoai essa imagem que
será entre nós
O símbolo de Vossa Fé de Rei de nosso
espírito,
De Vossa dor de Rei de nossos
corações.
Oh! Reinai, Senhor Jesus, reinai
sobre nossa Pátria
Queremos que o Brasil viva e prospere
sob os Vossos olhares,
Queremos que o nosso povo seja sempre
iluminado
Pela verdade de vosso Evangelho.
Reinai, ó Cristo Rei, reinai, ó
Cristo Redentor!
Ser brasileiro seja crer em Jesus
Cristo, amar a Jesus Cristo!
E esta sagrada imagem seja o símbolo
de Vosso domínio,
De Vosso amparo, de Vossa predileção,
de Vossa bênção,
Que paira sobre o Brasil e sobre os
brasileiros,
Como Senhor dos que, tendo sido Vossos
na terra,
Vossos serão eternamente no céu.
Amém.[8]
Por Cristo-Rei
Seja, pois, a exaltação da realeza de
Cristo, o coroamento destas palavras. Eu a proclamo, do fundo da minha
pequenez, com o ardor de um soldado. E como soldado vos convido ó homens do meu
tempo, a aclamarmos o Cristo-Rei, por cujo Reino devemos ir à luta, uma luta
diferente, porque não seremos portadores de morte, mas de vida; nem de
aflições, mas de consolações, nem de crueza, mas de bondade.
E Vós – ó Jesus, a quem tanto amamos,
e que estais tão abandonado pelas nações no século dos horrores, como Vos
prefigurou na tábua apocalíptica o pintor neerlandês [Van Aeken, o Bosch] –
recebei o nosso preito de soldados fiéis, e socorrei-nos em nossas fraquezas,
para que possamos cumprir quanto desejamos, no empenho de Vos bem servir; pois
incapazes somos nós sem vossa Graça, mas se não faltardes com Ela, ainda que
hajamos de cair muitas vezes, outras tantas nos levantaremos, de sorte que, nas
horas perigosas, nas horas decisivas e, principalmente, na hora extrema, por
Vós, sempre por Vós, estaremos de pé![9]
Por Cristo Rei e Redentor e pela
Nação Brasileira!
Victor
Emanuel Vilela Barbuy,
Presidente
Nacional da Frente Integralista Brasileira.
São Paulo,
12 de Outubro de 2016- LXXXIV.
Notas:
[1] Mensagens ao Mundo Lusíada, in O Rei dos reis, 5ª edição,
in Obras completas, volume 6, 2ª edição, São Paulo, Editora das Américas, 1957,
pp. 350-351.
[2] Idem, p. 351.
[3] Idem, loc. cit.
[4] Os Lusíadas, Canto I, estrofe XXXI.
[5] À lareira de Castela, Lisboa, Edições Gama, 1943, pp.
12-13.
[6] Cântico ao Cristo do Corcovado (1931), 6ª edição, in
Cantos do campo de batalha, 4ª edição, Texto introdutório de Amândio César, São
Paulo, Edições GRD, 1997, p. 40.
[7] Idem, p. 48.
[8] In PIO XI, Carta Encíclica Quas Primas, Tradução de
Renato Romano, Belo Horizonte, Edições Cristo Rei, 2011, p. 53 (edição
comemorativa dos 80 anos de inauguração do Cristo Redentor e da consagração do
Brasil a Cristo Rei e Redentor). A fórmula de consagração do Brasil a Cristo
Rei e Redentor foi transcrita nesta obra do jornal Folha da Manhã, de São
Paulo, de 13 de outubro de 1931.
[9] Primeiro, Cristo!, 4ª ed. (em verdade 5ª), Palavras
introdutórias de Manuel Trindade Salgueiro, Bispo de Helenópole, São Paulo/Brasília,
Editora Voz do Oeste/Instituto Nacional do Livro, 1979, pp. 26-27.
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